MENOR É AGREDIDA POR ADOLESCENTES

06-06-2011 16:42
 
Vídeo de rapariga de 13 anos a ser agredida por duas adolescentes de 15 e 16 anos voltou a abrir feridas. Como enfrentar o bullying? Como reagir a tanta violência? Como explicar a passividade de quem observa? Como encarar o problema? Todos os intervenientes foram identificados e os pais da menor já apresentaram queixa.
O filme colocado no Facebook e no YouTube, entretanto retirado, da agressão a uma aluna de 13 anos, do 8.º ano da Escola Secundária Padre Alberto Neto, em Queluz, voltou a trazer à superfície o fenómeno do bullying. Os comentários dos especialistas sucedem-se nos meios de comunicação social e as perguntas multiplicam-se. Como lidar com a situação? Como explicar tamanha violência? Que apoio dar à vítima, que ajuda psicológica prestar às agressoras? Qual o verdadeiro objetivo de quem publicou as imagens nas redes sociais: denunciar ou divertir-se? É necessário punir ou responsabilizar? O debate está, uma vez mais, lançado. E as respostas não são fáceis.

Tudo aconteceu nas traseiras de uma rua em Benfica, perto do centro comercial Colombo. Não foi em nenhuma escola. A agressão começa com uma troca amarga de palavras e a rapariga mais nova, de 13 anos, acaba por ser pontapeada na cabeça e em várias zonas do corpo. Vários jovens assistem ao episódio sem nada fazerem para que o episódio de violência termine. E há quem registe o momento que está a chocar o país. As autoridades policiais já identificaram todos os intervenientes: as agressoras de 15 e 16 anos, que frequentam um Curso de Educação e Formação numa escola da Póvoa de Santo Adrião; e o autor do vídeo, um ex-aluno da Alberto Neto, de 18 anos, com antecedentes criminais pela prática de crimes violentos - e que, no início desta semana, tinha sido detido pelo roubo de um telemóvel, libertado de seguida e sujeito a apresentações periódicas na esquadra da sua área de residência.
Estaladas, puxões de cabelo e pontapés. A vítima já foi submetida a exames médico-legais, para se perceber a gravidade das agressões, e os seus pais já apresentaram queixa nas autoridades policiais, depois de terem sido ouvidos pela PSP. A Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa informou, entretanto, que como uma das agressoras ainda não tem 16 anos está a ser extraída uma certidão para remessa, ao Tribunal de Família e Menores de Lisboa, para que seja instaurado um inquérito tutelar educativo. A cena de violência numa rua de Benfica poderá configurar um crime de ofensas corporais qualificadas e o caso está a ser investigado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa (DIAP). Os factos provados e a avaliação da personalidade dos agressores serão determinantes e as "penas" podem passar por uma admoestação ao internamento num centro educativo.